Em 1847 publicou-se, em São Luís do Maranhão, o Novo Testamento, traduzido pelo frei Joaquim de Nossa Senhora de Nazaré, que se baseou na Vulgata. Esse foi, portanto, o primeiro texto bíblico traduzido no Brasil. Essa tradução tornou-se famosa por trazer em seu prefácio pesadas acusações contra as “Bíblias protestantes”, que, segundo os acusadores, “estariam falsificadas” e falavam “contra Jesus Cristo e contra tudo quanto há de bom”.

Em 1879 a Sociedade de Literatura Religiosa e Moral do Rio de Janeiro publicou o que ficou conhecida como A primeira edição brasileira do Novo Testamento de Almeida. Essa versão foi revista por José Manoel Garcia, lente do Colégio D. Pedro II, pelo pastor M. P. B. de Carvalhosa, de Campos, Rio de Janeiro, e pelo primeiro agente da Sociedade Bíblica Americana no Brasil, pastor Alexandre Blackford, ministro do evangelho no Rio de Janeiro.

Em 1898 o notável hebraísta P. R. dos Santos Saraiva publicou sua tradução dos Salmos, intitulada Harpa de Israel.

Em 1909 o padre Santana publicou sua tradução do Evangelho de Mateus, vertida diretamente do grego. Três anos depois, J. Basílio Teles publicou a tradução do livro de Jó, com sangrias poéticas. Em 1917 foi a vez de J. L. Assunção publicar o Novo Testamento, tradução baseada na Vulgata Latina.

Em 1917, traduzido do velho idioma etíope, surgiu isoladamente no Brasil o livro de Amós, traduzido por Esteves Pereira. Seis anos depois, J. Basílio Pereira publicou a tradução do Novo Testamento e do Livro dos Salmos, ambos baseados na Vulgata. Por essa época surgiu no Brasil (infelizmente sem indicação de data) a Lei de Moisés (Pentateuco), edição bilíngue hebraico-português, preparada pelo rabino Meir Masiah Melamed.

O padre Humberto Rohden foi o primeiro católico a traduzir no Brasil o Novo Testamento diretamente do grego. Publicada pela instituição católica romana Cruzada Boa Esperança, em 1930, essa tradução, por estar baseada em textos considerados inferiores, sofreu severas críticas.

Todos esses anteriormente mencionados fizeram traduções parciais das Sagradas Escrituras, entretanto, paralelamente, a partir do ano de 1902, as sociedades bíblicas empenhadas na disseminação da Bíblia no Brasil patrocinaram nova tradução das Escrituras para o português, baseada em manuscritos melhores que os utilizados por Almeida. A comissão constituída para tal fim, composta de especialistas nos vernáculos originais, entre eles o gramático Eduardo Carlos Pereira, fez uso de ortografia correta e vocabulário erudito. Publicado em 1917, esse trabalho ficou conhecido como Tradução Brasileira. Apesar de ainda hoje apreciadíssima por grande número de leitores, essa Bíblia não conseguiu firmar-se no gosto do grande público.

Coube ao padre Matos Soares realizar a tradução mais popular da Bíblia entre os católicos na atualidade. Publicada em 1930 e baseada na Vulgata, essa tradução possui notas entre parênteses defendendo os dogmas da Igreja Católica Romana. Por esse motivo recebeu apoio papal em 1932.

A primeira revisão da Bíblia em português feita pela Trinitarian Bible Society (Sociedade Bíblica Trinitariana) foi iniciada no dia 16 de maio de 1837. Essa decisão foi tomada seis anos após a formação da Sociedade. O primeiro projeto escolhido para a publicação da Bíblia numa língua estrangeira pela Sociedade foi o português. O reverendo Thomas Boys, do Trinity College, Cambridge, foi encarregado de liderar o empreendimento. No ano de 1969, em São Paulo, foi fundada a Sociedade Bíblica Trinitariana do Brasil, com o objetivo de revisar e publicar a Bíblia de João Ferreira de Almeida como Edição corrigida e revisada fiel ao texto original.

Em 1943 as Sociedades Bíblicas Unidas encomendaram a um grupo de hebraístas, helenistas e vernaculistas competentes uma revisão da tradução de Almeida. A comissão melhorou a linguagem, a grafia de nomes próprios e o estilo da Bíblia de Almeida.

Em 1948 organizou-se a Sociedade Bíblica do Brasil, destinada a “dar a Bíblia à Pátria”. Essa entidade fez duas revisões no texto de Almeida, uma mais aprofundada, que deu origem à Edição revista e atualizada no Brasil, e uma menos aprofundada, que conservou o antigo nome Corrigida.

Em 1967 a Imprensa Bíblica Brasileira, criada em 1940, publicou a sua Edição revisada de Almeida, comparada com os textos em hebraico e grego. Essa edição foi posteriormente reeditada com ligeiras modificações. Mais recentemente, a Sociedade Bíblica do Brasil traduziu e publicou a Bíblia na linguagem de hoje (1988). O propósito básico dessa tradução tem sido o de apresentar o texto bíblico numa linguagem comum e corrente.

Em 1990 a Editora Vida publicou a sua Edição contemporânea da Bíblia de Almeida. Essa edição eliminou arcaísmos e ambiguidades do texto quase tricentenário de Almeida e preservou, sempre que possível, as excelências do texto que lhe serviu de base.

Em 2000 uma comissão constituída de especialistas em grego, hebraico, aramaico e português, coordenada pelo Rev. Luiz Sayão, sob o patrocínio da Sociedade Bíblica Internacional, agraciou o publico brasileiro com a Nova Versão Internacional, mais conhecida como NVI.

Durante a última ou as duas últimas décadas tem havido uma grande quantidade de novas traduções, numerosas demais para serem mencionadas aqui. Algumas se empenharam em ser interpretações literais dos originais, enquanto outras são definitivamente paráfrases.

Fonte

TEOLOGIA, Faculdade Teológica Betesda – Mod. 1, Editora Betesda, pág. 99 – 100

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