31 Portanto, quer comais, quer bebais ou façais outra coisa qualquer, fazei tudo para a glória de Deus.
I Co 10.31
Soli Deo gloria é o último pilar da sistematização da reforma protestante, mais uma vez esta frase vem para confrontar as heresias da igreja do século XVI. Não só a igreja, mas ao longo da história, filósofos, sociólogos e cientistas, sempre tentaram tirar a glória de Deus. Karl Marx tentou tirar Deus do céu, Sigmund Freud tentou tirar Deus do nosso subconsciente, Charles Darwin tentou tirar Deus da ciência, Nietzsche tentou matar Deus, Richard Dawkins tentou dizer que Deus era um delírio, os homens tem dificuldade de tributar honras e glórias ao Senhor.
O termo significa “glória somente a Deus”, ou seja, não somos merecedores de mérito algum, mas devemos toda honra e toda glória ao Senhor.
36 Porque dele, e por meio dele, e para ele são todas as coisas. A ele, pois, a glória eternamente. Amém!
Rm 11.36
A igreja romana estava dividindo a glória que deveria ser dada somente a Deus com ela própria, com os homens e com os santos, mas Deus deixou bem claro na sua Palavra que ele não divide a glória dele com ninguém.
8 Eu sou o SENHOR, este é o meu nome; a minha glória, pois, não a darei a outrem, nem a minha honra, às imagens de escultura.
Is 42.8
É muito sério esta palavra, tratamos o Senhor sempre como um Deus misericordioso e compassivo, mas esquecemos que ele também é um Deus zeloso. No Novo Testamente temos uma prova clara do desagrado de Deus quando alguém se coloca em seu lugar, tomando e usurpando a sua glória.
21 Em dia designado, Herodes, vestido de trajo real, assentado no trono, dirigiu-lhes a palavra;
22 e o povo clamava: É voz de um deus, e não de homem!
23 No mesmo instante, um anjo do Senhor o feriu, por ele não haver dado glória a Deus; e, comido de vermes, expirou.
At 12.21 – 23
No Antigo Testamento vemos outro exemplo, Geazi. Naamã, o general, foi curado e ofereceu presentes para Eliseu, este, no mesmo instante recusou, pois sabia de quem era glória. Geazi, porém, correu atrás de Naamã e tomou os presentes das mãos dele, no mesmo instante ficou leproso, pois não deveria tomar as honras e a glória que pertencem somente a Deus.
Em toda história da humanidade o homem tenta se colocar no centro de tudo. Os homens tem o costume de tomar a glória para si, afinal, ser glorificado é prazeroso, alimenta o ego, traz prazer emocional. Veja quantas pessoas buscam a fama, tentam ser aceitos, ser famosos, ser reconhecidos. Desde a escola isso já é um desejo, os adolescentes tentam ser “populares”.
No cristianismo a maneira como enxergamos o mundo é diferente, nossa cosmovisão é outra, quanto mais a gente diminui, mais a glória de Deus aparece. Nosso maior objetivo não é glorificação pessoal, mas glorificar a Deus.
Como sempre, esta palavra não é para reformar os católicos, mas para reforma dos nossos corações, da nossa conduta cristã.
Será que estamos glorificando a Deus? Será que estamos buscando a glória pessoal?
O Senhor conhece nosso coração e sabe nossas motivações, será que estamos sendo realmente sinceros no que fazemos? Fazemos tudo para a glória de Deus?
Creio que não são apenas estas perguntas que devemos nos fazer, mas … será que estamos conseguindo glorificar a Deus? Como glorificar a Deus?
Vemos na Bíblia algumas tentativas frustradas de glorificar a Deus. Caim trouxe uma oferta para glorificar ao Senhor, mas não conseguiu, pois Deus conhecia as motivações do seu coração e o seu proceder não agradou ao Senhor. Saul poupou o rebanho dos amalequitas para oferecer ao Senhor, na tentativa de glorifica-lo, mas também não conseguiu, pois Deus queria ser glorificado apenas com a sua obediência.
Então, a melhor pergunta a ser feita seria: Como posso glorificar a Deus?
Para não ter margem de erros vamos buscar este parâmetro nas Escrituras.
- Sendo a luz do mundo
13 Vós sois o sal da terra; ora, se o sal vier a ser insípido, como lhe restaurar o sabor? Para nada mais presta senão para, lançado fora, ser pisado pelos homens.
14 Vós sois a luz do mundo. Não se pode esconder a cidade edificada sobre um monte;
15 nem se acende uma candeia para colocá-la debaixo do alqueire, mas no velador, e alumia a todos os que se encontram na casa.
16 Assim brilhe também a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem a vosso Pai que está nos céus.
Mt 5.13 – 16
A luz de Jesus tem que brilhar em nossas vidas diante dos homens, todos verão e glorificarão a Deus.
Seus filhos vão agradecer a Deus pelos pais que tem.
Seus pais vão agradecer a Deus pelos filhos que tem.
Sua empresa vai agradecer a Deus pelo funcionário quem tem.
A congregação vai agradecer a Deus pelos fiéis que tem.
O esposo(a) vão agradecer a Deus pelo cônjuge que tem.
- Dando frutos
8 Nisto é glorificado meu Pai, em que deis muito fruto; e assim vos tornareis meus discípulos.
Jo 15.8
Só podemos dar frutos se estivermos enxertados na videira. Só o Espírito Santo pode produzir frutos em nossas vidas.
O que Deus produz em nós? – Amor, Alegria, Paz, Paciência, Benignidade, Bondade, Fidelidade, Mansidão e Domínio próprio. Gl 5.22
Quando desenvolvemos estas coisas glorificamos a Deus. Ele é glorificado quando damos vazão para o mover dele em nossas vidas, nos transformando, nos moldando conforme a sua vontade.
A melhor forma de glorificar a Deus é ficar parecido com ele, ficar como ele deseja.
O maior orgulho do pai é quando ele consegue ver o fruto do seu trabalho no filho!
- Edificando o reino Dele
8 Subi ao monte, trazei madeira e edificai a casa; dela me agradarei e serei glorificado, diz o SENHOR.
Ag 1.8
O Senhor é glorificado quando construímos o reino dele.
Jesus nos deixou esta ordem. Expandir o reino!
É o mínimo que podemos fazer, é uma pequena retribuição pelo amor derramado sobre nós.
Quando levantamos uma igreja, estamos preparando um povo que vai glorifica-lo. Quando levantamos um templo, estamos preparando um lugar de adoração e glorificação a Deus.
Quando damos nossas ofertas, permitimos que pessoas glorifiquem a Deus pela provisão. “Porque o serviço desta assistência não só supre a necessidade dos santos, mas também redunda em muitas graças a Deus,” (II Co 9.12)
Conclusão
Esta ministração tem que mexer com duas partes das nossas vidas, ação e motivação.
Ação – Nossas atitudes tem que glorificar a Deus, nossas ações vão falar mais que mil palavras.
Motivação – Esta palavra tem que produzir uma reforma interior.
“Senhor, nos transforme completamente, nos ensine a fazer as coisas para te glorificar!” Esta deve ser nossa oração.
Soli Deo gloria!
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