O presente livro procura discutir o problema do mal não somente dentro do contexto judaico-cristão, mas em outras perspectivas não teístas.
No livro o autor faz uma introdução a teodiceia, ou seja, uma defesa e justificativa a crença na onipotência e suprema bondade do Deus criador, apesar do mal, e os diversos pressupostos filosóficos dentro do assunto introdutório.
O autor também faz uma abordagem linguística, exegética e teológica analisando a terminologia hebraica para o mal, a história do profetismo em Israel e seus antecedentes, concluindo com a análise do texto que é a inspiração para o tema abordado, o livro de Habacuque.
Sayão não ousa dar a resposta final para o “problema” da bondade de Deus e a existência do mal, mas deixa claro que para o pensamento judaico não havia dificuldade em atribuir a experiência com o mal a Deus. Não que Ele fosse o responsável pelo mal, mas o mal seria usado como um escravo para punir a injustiça segundo seus padrões. Quando Israel decaísse dos padrões de justiça dados por Deus, Ele levantava nações inimigas para castigar o povo.
Habacuque entendeu isso ao final de seu livro. Após ter questionado Deus quanto ao problema do mal, mesmo não tendo recebido todas as respostas (será que um dia receberemos?), chegou à conclusão que ainda que depositasse sua esperança no tudo que ele poderia ter e esse tudo não produzisse nada, ele permaneceria com uma fé confiante no Senhor que é a sua força, pois d’Ele viria o seu livramento, Ele o colocaria em lugares seguros.
Restam algumas perguntas para a sua reflexão: o mal procede do abuso da liberdade? Ele é necessário como parte integrante da realidade de Deus? Seria o mal um servo do bem? Deus é mymedic.es mal quando faz “mal” aos perversos? Qual é o padrão para definir o bem e o mal?
Talvez essas ou outras questões tenham ocupado a sua mente, contudo eu posso afirmar com toda a certeza, bombas de nêutrons não foi Deus quem fez[1].
Leia o livro.
[1] Verso da música “Fátima” de Renato Russo.
SAYÃO, Luiz. O Problema do Mal no Antigo Testamento: O Caso de Habacuque. São Paulo, Editora Hagnos, 2012, 159 p.
Por: Aguinaldo Cabral
aguinaldo-cabral@hotmail.com
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