ALBUQUERQUE, Tiago. Graça Inglória: Introdução e Crítica à Doutrina da Salvação Universal. Brasília, DF: Editora 371, 2ª ed., rev. e atual. 2019 [2020]. 256 p.
Por Aguinaldo Cabral
No livro, conforme destaca o subtítulo, o autor faz uma introdução à Doutrina herética da salvação universal ou, como é popularmente conhecido, o universalismo.
Através da obra, entende-se que o universalismo é tão perigoso quanto ao aniquilacionismo, pois enquanto este diz que todas as almas dos pecadores sem Cristo serão aniquiladas após a morte, aquele promove a salvação para todos sem a necessidade de arrependimento e transformação de vida.
Tal heresia não é nova. Ela tem como precursores dois grandes Pais da Igreja, Orígenes (185-254) e Gregório de Nissa (335-394). Embora o autor considere que Clemente de Alexandria (150-215) já pensava sobre a matéria.
Em seu livro, Albuquerque faz um breve resumo histórico da teoria universalista analisando desde os escritos de Orígenes, passando por alguns intelectuais religiosos entre os séculos 16 a 19 como, por exemplo, Schleiermacher (1768-1834), chegando aos proponentes do universalismo do século 20 aos dias atuais.
A obra apresenta como expoentes universalistas pós-modernos os pastores Rob Bell (EUA), pastor da igreja Mars Hill Bible Church e o brasileiro Ed René Kivitz – embora Kivitz não se declare abertamente um universalista dogmático, mas apenas por “esperança” -, pastor da igreja Batista Água Branca em São Paulo. Kivitz, conforme constata o autor ao analisar sua exposição da carta de Paulo aos Romanos[i], é evasivo na sua mensagem, deixando dúvidas sobre uma doutrina extremamente importante há muito defendida pela teologia ortodoxa – a Doutrina do Inferno.
Para o autor, o universalismo torna-se mais perigoso ainda com a pós-modernidade, porque caminha de braços dados com o ecumenismo religioso e com o forte apelo ao pluralismo e à tolerância em nome de um amor genérico, afinal todos serão salvos mesmo.
O ápice do livro está na abordagem que o autor faz nos escritos do apóstolo João concernente à incredulidade, com a qual ninguém verá a glória de Deus, apenas sua ira, o conceito de vida eterna sob a tutela do amor (não o genérico), da verdade e da obediência à Palavra (1Jo 3:4-6), e a necessidade da expiação de pecados alcançada no justo sacrifício de Jesus em favor dos escolhidos.
O universalismo torna o sacrifício de Cristo um mero apêndice para a salvação, ignorando “a gravidade do pecado” e a necessidade de estar sempre lutando contra ele.
A morte de Cristo não foi tão somente para demonstrar o amor de Deus, mas para aplacar sua ira contra o pecado e beneficiar graciosamente os eleitos. Ovelhas e bodes não podem ficar juntos dentro do mesmo aprisco.
[i] https://www.youtube.com/playlist?list=PLBwL-VeM4mgswHi-UJfUqmugQwWcnfhF1
Autor: Aguinaldo Cabral
O Universalismo, bem como outras heresias que conhecemos, vez por outra reaparecem firmes e fortes, por conta da natureza cíclica que possuem. São “esquecidas” por um tempo, e renascem novamente através de expoentes
religiosos que subjugam a verdade bíblica à sua própria incredulidade mascarada.
Bom comentário, isso enfatiza a boa leitura e o bom entendimento. O pecado leva a morte tanto corporal quanto espiritual.
Sem dúvida , só o arrependimento dos pecados e o reconhecimento de Jesus Cristo como único e suficiente senhor e salvador pode salvar o ser humano da condenação eterna que é claramente afirmada na bíblia.
Sou plenamente convicto desta verdade biblica.