O autor é pastor, teólogo e apologista.
Tarles Elias é Bispo da igreja Comunidade Apostólica Livre (CAL) em Praia Grande, litoral de São Paulo, e idealizador do Canal e do Instituto Teologar (ambos têm a mesma nomenclatura), uma escola teológica que tem formado alunos de diversas regiões.
Tarles é casado com a pastora Vanessa Elias, prefaciadora do livro, e é pai de duas meninas, Débora e Talita.
Na presente obra o autor propõe transcrever o depoimento de sua própria experiência de mais de dez anos com as heresias propagadas pelas denominações Neopentecostais (atuou como pastor em uma delas) e a transformação que sofrera desde que foi “liberto” dessas amarras, tornando-se, assim, um dedicado estudioso e pregador da Palavra, e tão somente dela. Quem o conhece há mais tempo e o acompanha, mesmo que a distância, tem notado o seu crescimento no conhecimento e na exposição das Sagradas Escrituras.
O foco principal do livro são algumas heresias Neopentecostais que o autor considerou mais importantes a serem abordadas, tais como: a imprescindibilidade da “Cobertura Espiritual”; o perigo de se levantar contra o “Ungido de Deus”; sobre a necessidade de “Honrar o Líder”; as “Primícias”; o famígero “Devorador”; “Maldição Hereditária” e as infindáveis “Campanhas e Correntes”. No cap. 14 menciona sobre a possibilidade de abordar sobre os conceitos “Retaliação”, “Teologia da Prosperidade”, “Antropocentrismo”, “Evangelho dos Números” (a busca desenfreada por resultados numéricos) e “Títulos” (dar valor demasiado à designação que vem antes do nome próprio) – numa nova obra, talvez? Vamos aguardar!
Todavia, ao ler o livro, o leitor poderá notar que, embora o autor aponte determinados temas como heresias (“Honrar o Líder”, por exemplo) ele os tem como biblicamente corretos. O problema está na manipulação de um conceito verdadeiro para alcançar fins obscuros, e alguns líderes utilizam desse expediente a fim de manterem seus adeptos “escravizados” à sua denominação, modo de pensar e de interpretação das Escrituras.
O público-alvo do autor são todos os cristãos de um modo geral, incluindo pastores e líderes.
Tarles inicia suas linhas apontando o que o motivou a escrever esta obra, bem como a necessidade de todo cristão “abrir os olhos” para as heresias que já entraram até mesmo nas igrejas históricas.
Nos cap. 4 e 5 o autor procura definir o tema do livro, indicando quem são os escravos e por que motivo as pessoas são levadas à escravidão das heresias. Além disso, leva o leitor a entender acerca da diferença entre o que considera Heresia e Erro Teológico.
O livro não tem a pretensão de ser uma obra acadêmica. Contudo, ao nosso ver, o autor poderia ter enriquecido mais ainda a sua bibliografia argumentando com outros pensadores que já discorreram sobre o tema.
Entretanto, a obra apresentada pelo autor, além de ter uma linguagem clara, simples e objetiva, é muito pertinente para os cristãos hoje em dia, porque, conforme apontamos anteriormente e alerta Bledsoe (2012, p. 57)[1], a mensagem Neopentecostal continua ganhando trincheiras nas históricas igrejas evangélicas e se não houver “atalaias” que toquem a trombeta avisando os incautos dos perigos que estão correndo, tais heresias continuarão a “escravizar” os homens.
Vemos que o problema não é tão somente o homenzinho torto, que mora numa casa torta, anda num caminho torto e tem uma vida torta, mas o evangelho distorcido que é pregado para esse homenzinho torto, e que não tem o poder e nem a eficácia para libertá-lo, porém de torná-lo um escravo de uma teologia com doutrinas tortas.
ELIAS, Tarles. Escravos da Heresia. Bragança Paulista, SP: Editora Autor da Fé, 1ª ed., 2018. 127 p.
Aguinaldo Cabral
aguinaldo-cabral@hotmail.com
[1] BLEDSOE, David Allen. E Movimento Neopentecostal Brasileiro: um Estudo de Caso. São Paulo, SP: Hagnos, 2012.
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