O fato e a razão do fato:

O fato

Jesus realmente não tinha pecado? É fácil afirmar isso quando não convivemos com alguém, ou quando o amor nos cega a ponto de não enxergamos as falhas da outra pessoa. Todavia, os que testificaram da justiça, honestidade e inculpabilidade de Jesus foram aqueles que conviveram intimamente com Ele ou ainda aqueles que não o amavam.

Os testemunhos a seguir compõem uma lista e atestam sua vida (Jesus) sem pecado:

O próprio Jesus

“Pode algum de vós acusar-me de pecado?” (Jo 8.46).

“Se aproxima o príncipe deste mundo. Ele nada tem em mim” (Jo 14.30).

Pilatos

“Tendo dito isto, tornou a ir ter com os judeus, e lhes disse: Não acho nele crime algum” (Jo 18.38).

“Então Pilatos saiu outra vez fora, e disse-lhes: Eis aqui vo-lo trago fora, para que saibais que não acho nele crime algum” (Jo 19.4).

“Pilatos porém lhes perguntou ; Que mal fez ele” (Mt 27.23).

A esposa de Pilatos

“E estando ele no tribunal, sua mulher mandou dizer-lhe: Não entre na questão deste justo, pois num sonho muito sofri por causa dele” (Mt 27.19).                

O ladrão da cruz

“Mas este [Jesus], nenhum mal fez ” (Lc 23.41).

Os demônios

“Bem sei que és o Santo de Deus” (Lc 4.34).

João Batista

“Eu preciso ser batizado por ti, e vens tu a mim?” (Mt 3.14).

Pedro

“Mas vós negastes o Santo e o justo” (At 3.14).

“Ele não cometeu pecado, nem na sua boca se achou engano” (1Pe 2.22).

João

“E nele não há pecado” (1Jo 3.5).

Paulo

“Aquele que não conheceu o pecado, ele fez pecado por nós, para que nele fôssemos feito justiça” (2Co 5.21).

“Em tudo foi tentado, mas sem pecado” (Hb 4.15).

A razão do fato

Em primeiro lugar, era necessário que Jesus fosse sem pecado, para que se tornasse um exemplo. O Senhor Deus, em Cristo, nos deu um padrão a ser seguido. Foi o próprio Jesus quem disse: “Eu vos dei o exemplo para que faças o que eu fiz” (Jo 13.15). Pedro, sem dúvida, captou esta importância da vida irrepreensível de Jesus. Em sua epístola, ele escreve: “Porque para isto sois chamados; pois também Cristo padeceu por nós, deixando-nos o exemplo, para que sigais as suas pisadas” (1Pe 2.21).

Em segundo lugar, era necessário que Jesus fosse sem pecado, para que pudesse ser um sacrifício perfeito. Era a exigência divina para os sacrifícios da Antiga Aliança: que os animais fossem sem defeito (Lv 1.3). A vida sacrificada em lugar do culpado tinha de estar isenta de culpa. Seria inaceitável uma vida contaminada e manchada. Era dessa forma que os animais eram utilizados simbolicamente para a expiação na Antiga Aliança. Por um lado, eram inocentes, pois não tinham consciência do pecado, e, por outro, eram perfeitos, pois não tinham defeitos.

Tais sacrifícios nada mais eram do que sombras. Na realidade, não poderia ser inferior como sacrifício resgatador e substitutivo. Jesus era o Cordeiro de Deus (Jo 1.29) e, sendo assim, qualquer mancha, defeito ou contaminação no sentido real teria anulado a eficácia de sua morte. Por isso, Ele tinha de ser “como um cordeiro sem defeito, sem mancha” (1Pe 1.19).

         Em terceiro lugar, era necessário que Jesus fosse um sacerdote perfeito, com um sacerdócio perfeito. O sacerdócio arônico não foi eficaz completamente, devido às falhas dos oficiantes. Mesmo o sumo sacerdote não ousaria entrar diante de Deus no lugar santíssimo, ou seja, no santo dos santos, sem que antes se purificasse (Hb 5.3). Com respeito a Cristo e ao seu sacerdócio, lemos esta maravilhosa declaração em Hebreus 7.26, 27: “Por que nos convinha [isto é, era necessário] tal sumo sacerdote, santo, inocente, imaculado, separado dos pecadores, e feito mais sublime do que os céus; que não necessitasse, como os sumos sacerdotes, de oferecer cada dia sacrifícios, primeiramente pelos seus próprios pecados, e depois  pelos do povo”.

Fonte

TEOLOGIA SISTEMÁTICA II – ICP – Instituto Cristão de Pesquisas

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